Monólogo do livre gozo
A língua perambula pelos contornos
Incondicionalmente de um mundo em movimento
E torna-os
Num livre vôo dos abutres
(Pênis - Contra o consumismo, autogestionemo-nos! Tomemos a vida em nossas mãos! Desaceleremos o tempo! Roube sua vida de volta!)
MONÓLOGO DO BOI
Ah! Se suas lágrimas pudessem ter
Pudessem ter
Ter...
Acesso a todos os meios de comunicações
(Naua – as árvores são assassinadas porque vivem várias gerações. X humanx ker apagar sua historia)
MONÓLOGO DOS PEIXES
No pequeno lago que resta
Flor esta
Balança com o vento.
Urbana
Há um pequeno peixe jornalista
E escritor
Em que seu laser é assassinar pescador
E pescadora.
(ûnan - A civilização iniciou a guerra, a subjugação da mulher, o crescimento populacional, o trabalho forçado, os conceitos de propriedade, hierarquias, e praticamente todas as doenças conhecidas, isso para citar apenas algumas das suas conseqüências devastadoras. A civilização começa e conta com uma renúncia forçada do instinto da liberdade. Ela não pode ser reformada, portanto é nossa inimiga.)
PORQUE AS COISAS SÃO PRA POUCOS?
A fumaça invade
Meu cérebro
E descubro que pra poucos,
A maioria tem que sangrar.
E descubro que para maioria
Para poucos tem que sangrar.
O que você espera?
(Black Blocks – “O capitalismo não se desmorona sozinho. Ajudêmo-lo!”)
Ao som da vida morta(rip)
O cheiro de mar
Que vem chegando
Eu...
No bar
Deliciando(-me)
Com vômitos y retalhos sórdidos de vez
Enquando.
O cheiro de mar
Na esquina
Ria y gargalhava
Duas garotas menina
Mulher
12 e treze anos
na esquina.
Ria e gargalhava
Na lava
De um vulcão
Na esquina.
(Estípticos – Usados contra as hemorragias: cebola, banana, manga etc.)
Noite
A sombra felina
Conspira... pira
Y transpira
A expropriação na esquina
(Nauá - Levanta-te humanxs! E, direito, altivo, declara guerra implacável a deus que há tanto tempo, impõe aos teus irmãos/irmãs e a ti próprio uma veneração embrutecedora!)
Monólogo da poesia contemporânea
Hoje,
Poesia
Amanhã
Putoesia
(Oceano Pacifico - O Estado sempre atuo como repressor, como assassino, tendo privilégios, comodidades em sua classe burguesa (exploradora) atuando, entrelaçando com as grandes empresas y suas filiais: os bancos, supermercados, monopólios, etc... y lançando distrações de escravidão aos setores populares.)
MONÓLOGO DA DOMESTICAÇÃO DO DESEJO
Com o passar da ampulheta
O desejo vende-se em máquinas de refrigerantes.
(Anigav - "Porque morrer não dói, o que dói é o esquecimento" - Subcomandante Marcos)
MONÓLOGO DAs MARIONETEs
Maria
E Odete
Resolveram caminhar por suas próprias pernas.
Odete
E Maria
Resolveram não ter mais cria.
(Oceano Atlântico - Sim, o capitalismo apenas se interessa em produzir mais produtos, em menor quantidade de tempo, sem importância nada mais. Incluso nas políticas corporativas que buscam melhorar a “qualidade de vida do trabalhador”, os trabalhadores não tem “humanidade”, são apenas meios para o mesmo objetivo: a acumulação de dinheiro y poder)
Trepados
Na mesa da cozinha
Garfos e facas
(Anigav – Boicote empresas que patrocinam: touradas, rodeios, etc... sofrimento e dor: Pepsi-cola, Produtos Brahma, Batatas fritas Ruffles, salgadinhos Doritos)
A vida
Abisma-se
Na correnteza das células.
Nas laminas das navalhas
O reflexo
Abisma-se
Na correnteza da vida.
(Oceano Indico - Um pesquisador estadunidense da Universidade Cornell, estima que a propagação dos cantos das baleias ficou restrita de 1600km em 1980 a 400km em 2000. Segundo ele, quando os oceanos estavam livres de toda a poluição acústica humana, uma baleia que cruzava ao largo de Porto Rico era capaz de ouvir o canto de uma das suas congêneres situada a 2600km daí, nos bancos da Terra Nova.)
TERRÁQUExS HUMANXS
Da água para terra
Da terra para as copas
Das copas para a terra
Erva daninha
(Anigav – Boicote a Procter & Gamble – Há muito tempo a Procter & Gamble é uma das empresas que mais fazem testes em animais em todo o mundo, guiada pela única coisa que importa para empresas inescrupulosas como essa: lucro. Pressionada pela opinião pública, a P&G chegou a dizer que estava parando os testes, mas logo descobriu-se que era mais um entre tantas farsas. A P&G se recusou a revelar que tipos de testes são realizados e o número de animais usados no passado e atualmente. Não contribua para o massacre de milhares de animais no laboratório. Boicote Sabão em pó Ariel, Sabão em pó Bold, Batata frita Pringles, Fraldas Pampers, Absorventes Always, Absorventes internos Tampax, Creme dental Crest., Shampoo e condicionadores Pantene)
Na manhã seguinte
O ontem
Suicidou-se
Na busca do amanhã
(Nauá - Falemos sem firulas, não há indústria pesada de mineração amiga da natureza, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Não adianta mascarar os fatos com retóricas, palavras bonitas, roupagens pintadas de verde.)
Battle of disarm no toca vinil
A guerra
Faz sangrar até as flores
Que não tem nada
Haver com ela.
(Béquicos – Usados contra a tosse: jaca, maçã, manga, etc)
A flor
No pequeno vazo
Cercado por grades
Alegra Ana.
A PEQUENA JOANINHA
(Lana – presa por buscar a liberdade incondicional)
RETRATO EM BRANCO E PRETO
A metamorfose,
O progresso de todo dia
Se encarregou de apagar
(Cardiotônicos – Tonificam o coração: figo-da-índia, alface, agrião, beterraba, cebola, maça, aspargo etc.)
Percorrendo sozinha
A pequena barata
Viu sangrar na cozinha
A família sagrada.
(Antipiróticos – Usados contra queimaduras: abóbora, batata-inglesa, banana (casca ou folhas) etc.)
Monologo de padres, professores, psicólogos e educadores.
Assassinos
Assassiiiiiiiiiiiiiiiinossss
Assaaaassiiiinooooooooooooooooooooss!
Assassinoooooooooooooooooooooooosssssssssssss!
(Antilíticos – Evitam ou dissolvem cálculos (pedras): tangerina, maçã, melancia etc.)
Quem tem tem
A face
Cara ou coroa
A navalha brilha
Atoa na pia do banheiro
A cápsula
A AK
Não teve dó
Deixou resquício pelo caminho
Um tiro
Assassino tatua
O sangue rubro na calçada
Sem fama.
(Anti-helmínticos – Expulsam vermes intestinais: coco, couve, cenoura, sementes de mamão, de melão e de abóbora etc.)
No pé de goiaba
A jataí
Se constroi
(Antigripais – Combatem a gripe: laranja, limão, cebola, alho, acerola, goiaba etc.)
Carniça humana pelo caminho
O nosso amigo vento
Encarregou de avisar aos abutres
(Anigzv - Digam o que quiserem sobre as comunidades tribais, a história mostra que eram – em alguns lugares, ainda são – dotadas de grande coesão, solidez, harmonia e regularidade, praticamente isentas de criminalidade e suicídios, vícios, caos, pobreza, aptas a satisfazer suas reduzidas carências com um mínimo de trabalho pesado – quatro horas/dia, por pessoa – em geral, dedicadas à caça, cultivo e colheita, o resto do tempo ocupados por rituais, cantos, danças, sexo, refeições, narrativas e jogos. Seus indivíduos não costumam viver muito – estima-se a longevidade paleolítica em 32, 5 anos, exatamente a mesma que nos Estados Unidos, em 1990 – nem geram muitos filhos, pois a natureza os ensinou a aceitar um vida mais curta e reduzir a população a fim de assegurar prosperidade às demais espécies : tudo é feito em beneficio de todos, inclusive plantas e animais. Não dispõem de séqüitos de criados para os serviços mais triviais, não tem bombas atômicas, campos de extermínio, detritos tóxicos e engarrafamentos, não exploram minas subterrâneas e dispensam psicocirurgia, publicidade, desemprego e genocídio. Propor que o “debate amplo” considere que tais sociedade são instrutivas e exemplares não significa nenhuma romantizada “busca do primitivo”, mas o reconhecimento de modo tribal de existência, baseada na natureza, consoante às necessidades fundamentais da criatura humana; é reconhecer que, ao denegrirmos esse modo de vida e negarmos essas necessidades, saímos perdendo e desfigurados. É sugerir que certos valores que nos fazem falta foram deixadas para sobre trás quando seguimos as pegadas do progresso industrial – deve-se ponderar sobre o que ganhamos com isso. É afirmar que algum tipo de sociedade ecológica, enraizada naquele animismo antigo e na tradição autóctone, deve ser apontada como alvo, se pretendemos garantir a sobrevivência humana e a harmonia da Terra.)
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