19.11.08

viva a realidade - conto

VIVA A REALIDADE Cido. Pedreiro. Carpinteiro. Maconheiro quando alguém ou alguma “banca” lhe presenteia. Angoleiro mesmo contra as indicações religiosas. (Nota do rabiscador – cuidado religiosidade demais faz mal(u)). Furador de poço. Desentupidor de esgoto. Pipoqueiro. Limpador de tumulo. Fotografo nas festas de sua pequena filha. Freqüentador do bar do Bearari nas tardes de sexta. 17 horas e vinte e cinco minutos, só para ver o por do sol. Pois algumas vezes o Sol lhe presenteava com o por. Freqüentador da Igreja Universal do Reino de deus. Médico de seu pai às vezes. Assassino de formigas quando atravessa a viela para chegar rápido em seu barraco. As vezes bêbado “os irmãos não podem me ver assim” – dizia a si mesmo quando estava bêbado. Morro da Desandada. Sua alimentação é à base de sofrimento e dor. Hoje trabalha como montador e técnico de aparelhagem para eventos de bandas, aniversários, eventos sonoros em geral. Sexta-feira. 13 de agosto. Lá estava ele no banheiro tomando um banho depois de ter conspirado junto com seu irmão, amigos e moradores do morro, a construção solidaria da laje de dona Sol. La fora, duas coroas fuma um baseado e observa o morro. Cido. Cansado, mesmo de ter tomado algumas cervejas no final da conspiração e de ter escutado que irmão da igreja não pode beber. Dormiu depois do banho. “Márcia me acorda as seis. Grato”. Preparava-se para trabalhar a noite, pois a aparelhagem foi locada para um evento de bandas. Cido depois de levantar da cama faz um alongamento e vestiu-se. Jantou e se despediu de sua companheira. “Cido vê se não demora... Volta logo, não gosto de ficar sozinha na sexta”. “Não depende de mim nega”. “Beijos”. Atravessou a rua, observou um rapaz passar e foi de encontro a um telefone publico. Telefonou para o dono da aparelhagem e disse que estava indo. “To indo”. Cido chegou, o caminhão já estava lá fora, com o dono e seu filho colocando a aparelhagem no caminhão, ele cumprimentou todos e já começou a trabalhar, carregando uma caixa de som. Caminhão lotado. Foi-se. O transito estava calmo. Tinha até um ciclista indo não sei pra onde. --- Olha lá aquela menina. – disse Cido ao vê-la com o cabelo espetado para cima. Todos olharam e não esboçaram nenhum gesto, apenas o Cido com sua critica destrutiva. Três horas de viagem com a sonoridade da realidade apenas. Favela Ame seu ódio. Chegando ao salão, apenas Marcelo que tomava conta do salão. Descarregaram o caminhão e montaram a aparelhagem no local. O evento tava marcado para começar meia-noite. 19 horas e 31 minutos. Cido ficou encarregado de ficar organizando a aparelhagem e telefonar depois que acabasse o evento. --- Cido tu fica ai e quando terminar o evento tu me telefona. --- Tudo bem. O dono da aparelhagem e seu filho foram embora. Tudo estava preparado. “Ah! os irmãos/irmãs não vão me ver. Vou tomar uma pra relaxar”. Cido caminha até o balcão e pede uma cerveja. No salão só estava ele e o Marcelo. Cido ficou esperando os organizadores do evento, tomando uma cerveja no local. --- Você sabe quem vem tocar aqui hoje? – perguntou Cido. Tomando sua cerveja calmamente. --- É uns punks ai da quebrada. – respondeu Marcelo. --- Punks? – sem entender. Mas não perguntou mais... – pegou sua cerveja e foi caminhar pelo salão. Cido observa o cartaz de outro evento: “Enquanto não tivermos criado uma sociedade ecológica, a capacidade de nos matarmos uns aos outros e de devastar o planeta fará de nós uma espécie menos evoluída do que as outras”. Gig Anarco Punk. Dia: 07.01.06. Local: Bar do Diaforéticos. Porão do lado esquerdo. Entrada: Uma bala de fuzil. “Estranho”- pensou. Os organizadores apareceram, cumprimentaram Cido e foram arrumar o visual do local. “Ke evento é esse?” – perguntou Cido a si mesmo. “pessoas estranhas” – observando o ambiente. Exposições “Calcinhas sujas” de Adnama, Beijos no cóccix de Nauá. Expo de fotos de guerrilha urbana, cartazes, livros para vender, fanzines, camisetas, etc. Cido ficou só observando. Velas pretas e vermelhas por todo palco. “Que pessoal estranho. Esse que são os tais punks” pensava. “Caralho o que será isso!?” – disse Cido ao ver um cartaz onde estava escrito: Deus é uma mentira. “Será coisa do demônio? To com meda” – riu. --- Cido – chamou um dos organizadores. --- O que? – respondeu. ---- Vamos passar um som? --- Tudo bem. – respondeu Cido caminhando até o palco e arrumando tudo. A banda passou o som. Cido estranhou pelo barulho. Depois de passado o som. Os organizadores saíram. Cido ficou esperando. Cido ficou só observando, observando... Tempo depois, disse: “Muito bom!” – ao ver um cartaz onde estava escrito “Se não há justiça para os pobres, que não haja paz para os ricos”. Continuou dando um “role” e observando uma das exposições. As pessoas foram chegando. Chegando. Cido observou que todos estavam de preto ou quase. Mas cada um com seu visual. Alguns de cabelos espetados, jaquetas de rebites. Garotas e garotos. Alguns carregavam em suas camisetas frases como: “Já basta! Chega de crueldade. Com o desenho de dois pequenos macacos presos numa gaiola. Chega de homofobia com o desenho de duas mulheres se beijando na boca, contra o nazismo, contra o fascismo, contra o nacionalismo... que só ferem a liberdade! Vote nulo! Viva a contra cultura punk! Antiarte arma viva kontra o poder. Black block vive! Sem pátria nem patrão. Rodeio é tortura não é arte nem cultura. Algumas crianças, ali do morro, entrava e saia várias vezes. A entrada para elas era liberada. Ah! Na entrada eles estavam cobrando R$3 reais para ajudar na locação da aparelhagem. Meia noite sobe no “palco” o organizador e diz: “O evento vai começar. Sirva-se do veneno!!!”. “Este evento e beneficente a La Revolucion del pueblo de Oaxaca (México) ”. Recitou uma poesia. Monólogo da Televisão. Assobios, gritos e urros. Tinha uma faixa que ficava atrás da bateria. “Viva a Livre Putoesia”. Vários cartazes: Anti-racismo, anti-sexismo, anti-homofobia... A primeira banda a subir foi Katarro Bruto. Crustcore com letras que retratam a realidade nua e crua, a vida terráquea e a contracultura punk. Cido estava na mesa de som controlando a sonoridade quando ele ouviu: “Deus é uma mentira! Sua existência só serviu para causar discórdia entre a humanidade”. “Punk é anti-deus!”. Ele ficou chocado. “Esse povo não acredita em deus? Credo!” – pensou. Uma menina com um sobretudo preto, chegou no meio do “palco” tirou-o. Nua estava. Em pelos. A garota começou a apresentar sua performance “Abismo”. A menina bebeu um cálice com um liquido parecendo sangue mais era vinho, descobriu depois. A banda começou a tocar. Alguns começaram a pogar/dançar. Depois entrou a banda Auto-cadáver. “barulhento” – disse a si mesmo Cido. Depois subiu no palco um rapaz chamado Nanû. Apresentou sua performance “Cadáver do ser supremo” seguindo depois pela banda com o mesmo nome. Cido ficou chocado com a performance e com a banda. “Deus está morto e nós estamos felizes” “Deus e o diabo são mentiras, só servem para dominar” – disse o vocal da banda. Passou pelo evento: Stupid Patriotism, Estilhaços de ódio, L@ desgracione, Bruxas descalças, Trapus & ferrapus, La decadence, Androginia, In desconcert. Para finalizar o evento, entra a banda Cadáver de Lágrimas contidas no frasco da geladeira ao lado de seus olhos decepados. Apresentaram o ruído performático dedicado a morte da arte. Construir música e destruir. O evento acabou. Seis horas da manhã. Cido sem a noção do tempo, saiu para fora do salão quando seus sentidos descobriram que era dia. Caminhou até o orelhão que ficava do outro lado da rua e telefonou para o dono da aparelhagem. Enquanto esperava o caminhão, foi desmontando a aparelhagem e levando para fora do evento. Os punxs que ficaram no local ajudara-no. Cido voltou para casa. Interrogações pelo caminho de volta. Descobriu que a igreja mente, a televisão, os jornais mentem! No outro dia, Cido caminhou até um trabalho que arrumou para ganhar alguns trocados. Vendedor de café na rodoviária. Conversou com seu companheiro de vendas, outro vendedor. Comentou sobre o trabalho que fez pra uns indivíduos e comentou sobre o evento. --- É cumpadi, vou parar de freqüentar a igreja. Muita mentira. Cido. Loiro de olhos vermelhos. Márcia. Negra de olhos negros. (Anigav – prostituta luta por ti)

13.5.08

Plantando centelhas

Monólogo Jesus Cristo
Palavras plagiadas no tempo e no vento
Letras montadas no vento e no tempo
Um quebra cabeça já montado.
(Buka - Quando dizemos que queremos a anarquia-verde, uma sociedade sem estado, livre e em harmonia com a natureza, as pessoas nos dizem “é um belo sonho que nunca ocorrerá” pois é “contra a natureza humana”. A questão é que isto já ocorreu - a anarquia-verde foi como as pessoas viveram durante uns bons 90% da história, foi como vivemos inclusive antes de sermos Homo Sapiens, e assim como alguns continuam vivendo hoje - melhor do que nós vivemos. Quando argumentamos isto, as pessoas começam a se irritar e a resmungar “ voltar para as cavernas!” E se tornam protetores em relação as suas televisões, carros, e outros frutos do “Progresso”, principalmente os esquerdistas e os “anarquistas” que não entendem a diferença e pensam que o “Progresso” é uma lei inevitável da natureza e não uma parte e porção da Sociedade Estatal e das elites que se servem do progresso e o governam.)

O meu objetivo é um adjetivo

Voltar às copas

E repensar sobre a terra.

(Liberdade agora - Nos ensinam a ser obedientes ou seja desde crianças aprendemos a que tenemos que quedarnos com los braços cruzados y acatar todo lo que dicen las autoridades; y que como jóvenes que somos nuestra única preocupação trabalhar para uma empresa grande y ter dinheiro, casar y vivir tranquilo esse é o sistema de vida que querem que adaptamos estudar algo hoy em dia es muy dificil porque los centros de estudos são muito caro y solo algunos logran conseguir alguns trabalho y los otros se dedican a trabalhar em outra cosa pero los ke logramos aprender algo mas podemos usar lo a favor de outros companheiros ke tenham problemas com la ley, o de alguma enfermidade o algun outro oficio y bueno ensinar a los ke não sabem crear centros de estudos libertarios a favor de los compas ya ke nunca se deja de aprender y asi nosotros ensinar y aprender também com elles.)

Monólogo de deus

Uma invenção “eterna”

Onde a retina está presente a todo momento;

Vigiar e punir

E sua maior arma.

E no final de tudo

Ainda lhe diz

Que essa invenção

Ainda o ama.

(Dios Hastio - Começamos a domesticar o cavalo, desde o momento em que ele nasce, preparamo-lo para nos servir e não podemos glorificar-nos de que, uma vez domado, ele não morde o freio e não se empina quando o esporeamos, como se (assim parece) quisesse mostrar à natureza e testemunhar por essa forma que serve não de boa vontade, mas por ser obrigado a servir)

MONÓLOGO DA EVOLUÇÃO

É...

Vou

Solucionar

Dizendo apenas uma palavra.

Esqueça de tudo que aprendeu

E volte ao cordão umbilical

Com a natureza.

(Soja – Glicinina: proteína de alto valor biológico com propriedades terapêuticas contra esgotamento nervoso, desnutrição e enfermidades diabéticas (neste último caso quando usada com moderação). Possui todos os aminoácidos essenciais à vida humana.)

8.5.08

palavras fritas

Monólogo Meus sonhos não morrem comigo.
Os poemas que foram meus, por alguns segundos;
Acabo de abortá-los
Para que eles trilhem seus próprios caminhos
Nesse mundo de palavras e
Letras daninhas.
(Anigav - Hoje, a única alternativa para esse apocalipse motorizado é uma moratória na fabricação de automóveis. É questionar com vigor essa cultura e ditadura do automóvel. E mesmo questionar o tal carro "ecológico" certificado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Rechaçar essa sociedade que é desenhada e estruturada no automóvel.)

Monólogo do livre gozo

A língua perambula pelos contornos

Incondicionalmente de um mundo em movimento

E torna-os

Num livre vôo dos abutres

(Pênis - Contra o consumismo, autogestionemo-nos! Tomemos a vida em nossas mãos! Desaceleremos o tempo! Roube sua vida de volta!)

MONÓLOGO DO BOI

Ah! Se suas lágrimas pudessem ter

Pudessem ter

Ter...

Acesso a todos os meios de comunicações

(Naua – as árvores são assassinadas porque vivem várias gerações. X humanx ker apagar sua historia)

MONÓLOGO DOS PEIXES

No pequeno lago que resta

Flor esta

Balança com o vento.

Urbana

Há um pequeno peixe jornalista

E escritor

Em que seu laser é assassinar pescador

E pescadora.

(ûnan - A civilização iniciou a guerra, a subjugação da mulher, o crescimento populacional, o trabalho forçado, os conceitos de propriedade, hierarquias, e praticamente todas as doenças conhecidas, isso para citar apenas algumas das suas conseqüências devastadoras. A civilização começa e conta com uma renúncia forçada do instinto da liberdade. Ela não pode ser reformada, portanto é nossa inimiga.)

PORQUE AS COISAS SÃO PRA POUCOS?

A fumaça invade

Meu cérebro

E descubro que pra poucos,

A maioria tem que sangrar.

E descubro que para maioria

Para poucos tem que sangrar.

O que você espera?

(Black Blocks – “O capitalismo não se desmorona sozinho. Ajudêmo-lo!”)

Ao som da vida morta(rip)

O cheiro de mar

Que vem chegando

Eu...

No bar

Deliciando(-me)

Com vômitos y retalhos sórdidos de vez

Enquando.

O cheiro de mar

Na esquina

Ria y gargalhava

Duas garotas menina

Mulher

12 e treze anos

na esquina.

Ria e gargalhava

Na lava

De um vulcão

Na esquina.

(Estípticos – Usados contra as hemorragias: cebola, banana, manga etc.)

Noite

A sombra felina

Conspira... pira

Y transpira

A expropriação na esquina

(Nauá - Levanta-te humanxs! E, direito, altivo, declara guerra implacável a deus que há tanto tempo, impõe aos teus irmãos/irmãs e a ti próprio uma veneração embrutecedora!)

Monólogo da poesia contemporânea

Hoje,

Poesia

Amanhã

Putoesia

(Oceano Pacifico - O Estado sempre atuo como repressor, como assassino, tendo privilégios, comodidades em sua classe burguesa (exploradora) atuando, entrelaçando com as grandes empresas y suas filiais: os bancos, supermercados, monopólios, etc... y lançando distrações de escravidão aos setores populares.)

MONÓLOGO DA DOMESTICAÇÃO DO DESEJO

Com o passar da ampulheta

O desejo vende-se em máquinas de refrigerantes.

(Anigav - "Porque morrer não dói, o que dói é o esquecimento" - Subcomandante Marcos)

MONÓLOGO DAs MARIONETEs

Maria

E Odete

Resolveram caminhar por suas próprias pernas.

Odete

E Maria

Resolveram não ter mais cria.

(Oceano Atlântico - Sim, o capitalismo apenas se interessa em produzir mais produtos, em menor quantidade de tempo, sem importância nada mais. Incluso nas políticas corporativas que buscam melhorar a “qualidade de vida do trabalhador”, os trabalhadores não tem “humanidade”, são apenas meios para o mesmo objetivo: a acumulação de dinheiro y poder)

Trepados

Na mesa da cozinha

Garfos e facas

(Anigav – Boicote empresas que patrocinam: touradas, rodeios, etc... sofrimento e dor: Pepsi-cola, Produtos Brahma, Batatas fritas Ruffles, salgadinhos Doritos)

A vida

Abisma-se

Na correnteza das células.

Nas laminas das navalhas

O reflexo

Abisma-se

Na correnteza da vida.

(Oceano Indico - Um pesquisador estadunidense da Universidade Cornell, estima que a propagação dos cantos das baleias ficou restrita de 1600km em 1980 a 400km em 2000. Segundo ele, quando os oceanos estavam livres de toda a poluição acústica humana, uma baleia que cruzava ao largo de Porto Rico era capaz de ouvir o canto de uma das suas congêneres situada a 2600km daí, nos bancos da Terra Nova.)

TERRÁQUExS HUMANXS

Da água para terra

Da terra para as copas

Das copas para a terra

Erva daninha

(Anigav – Boicote a Procter & Gamble – Há muito tempo a Procter & Gamble é uma das empresas que mais fazem testes em animais em todo o mundo, guiada pela única coisa que importa para empresas inescrupulosas como essa: lucro. Pressionada pela opinião pública, a P&G chegou a dizer que estava parando os testes, mas logo descobriu-se que era mais um entre tantas farsas. A P&G se recusou a revelar que tipos de testes são realizados e o número de animais usados no passado e atualmente. Não contribua para o massacre de milhares de animais no laboratório. Boicote Sabão em pó Ariel, Sabão em pó Bold, Batata frita Pringles, Fraldas Pampers, Absorventes Always, Absorventes internos Tampax, Creme dental Crest., Shampoo e condicionadores Pantene)

Na manhã seguinte

O ontem

Suicidou-se

Na busca do amanhã

(Nauá - Falemos sem firulas, não há indústria pesada de mineração amiga da natureza, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Não adianta mascarar os fatos com retóricas, palavras bonitas, roupagens pintadas de verde.)

Battle of disarm no toca vinil

A guerra

Faz sangrar até as flores

Que não tem nada

Haver com ela.

(Béquicos – Usados contra a tosse: jaca, maçã, manga, etc)

A flor

No pequeno vazo

Cercado por grades

Alegra Ana.

A PEQUENA JOANINHA

(Lana – presa por buscar a liberdade incondicional)

RETRATO EM BRANCO E PRETO

A metamorfose,

O progresso de todo dia

Se encarregou de apagar

(Cardiotônicos – Tonificam o coração: figo-da-índia, alface, agrião, beterraba, cebola, maça, aspargo etc.)

Percorrendo sozinha

A pequena barata

Viu sangrar na cozinha

A família sagrada.

(Antipiróticos – Usados contra queimaduras: abóbora, batata-inglesa, banana (casca ou folhas) etc.)

Monologo de padres, professores, psicólogos e educadores.

Assassinos

Assassiiiiiiiiiiiiiiiinossss

Assaaaassiiiinooooooooooooooooooooss!

Assassinoooooooooooooooooooooooosssssssssssss!

(Antilíticos – Evitam ou dissolvem cálculos (pedras): tangerina, maçã, melancia etc.)

Quem tem tem

A face

Cara ou coroa

A navalha brilha

Atoa na pia do banheiro

A cápsula

A AK

Não teve dó

Deixou resquício pelo caminho

Um tiro

Assassino tatua

O sangue rubro na calçada

Sem fama.

(Anti-helmínticos – Expulsam vermes intestinais: coco, couve, cenoura, sementes de mamão, de melão e de abóbora etc.)

No pé de goiaba

A jataí

Se constroi

(Antigripais – Combatem a gripe: laranja, limão, cebola, alho, acerola, goiaba etc.)

Carniça humana pelo caminho

O nosso amigo vento

Encarregou de avisar aos abutres

(Anigzv - Digam o que quiserem sobre as comunidades tribais, a história mostra que eram – em alguns lugares, ainda são – dotadas de grande coesão, solidez, harmonia e regularidade, praticamente isentas de criminalidade e suicídios, vícios, caos, pobreza, aptas a satisfazer suas reduzidas carências com um mínimo de trabalho pesado – quatro horas/dia, por pessoa – em geral, dedicadas à caça, cultivo e colheita, o resto do tempo ocupados por rituais, cantos, danças, sexo, refeições, narrativas e jogos. Seus indivíduos não costumam viver muito – estima-se a longevidade paleolítica em 32, 5 anos, exatamente a mesma que nos Estados Unidos, em 1990 – nem geram muitos filhos, pois a natureza os ensinou a aceitar um vida mais curta e reduzir a população a fim de assegurar prosperidade às demais espécies : tudo é feito em beneficio de todos, inclusive plantas e animais. Não dispõem de séqüitos de criados para os serviços mais triviais, não tem bombas atômicas, campos de extermínio, detritos tóxicos e engarrafamentos, não exploram minas subterrâneas e dispensam psicocirurgia, publicidade, desemprego e genocídio. Propor que o “debate amplo” considere que tais sociedade são instrutivas e exemplares não significa nenhuma romantizada “busca do primitivo”, mas o reconhecimento de modo tribal de existência, baseada na natureza, consoante às necessidades fundamentais da criatura humana; é reconhecer que, ao denegrirmos esse modo de vida e negarmos essas necessidades, saímos perdendo e desfigurados. É sugerir que certos valores que nos fazem falta foram deixadas para sobre trás quando seguimos as pegadas do progresso industrial – deve-se ponderar sobre o que ganhamos com isso. É afirmar que algum tipo de sociedade ecológica, enraizada naquele animismo antigo e na tradição autóctone, deve ser apontada como alvo, se pretendemos garantir a sobrevivência humana e a harmonia da Terra.)

24.4.08

LA putoesia

Na fagulha
O olhar lançou
Labaredas para a lua
(Nuna - É urgente re-aprender a viver. Autogestão territorial. Relações diretas. Sem mediações. Sem capitalismo. Sem Estado. Precisamos mudar radicalmente nossas formas de se relacionar com a natureza. Vida simples, que não quer dizer pobreza, muito pelo contrário. Decrescimento! Mirem-se nos “povos tradicionais”, evidentemente sem idealizá-los ou romantizá-los!)

MONÓLOGO A LIBERDADE É UM CAMINHO TRILHADO POR POUCOS.
O condor
Plaina na sublime montanha do esquecimento.
Aral. 2 anos. Plaina na sublime montanha do aquecimento
(Nauá – Identifiquemos os atores e atrizes do poder, comecemos a agir com bases na ação direta, no boicote, na sabotagem. Nascemos para ser felizes! Não idiotizados, roubados, enganados... É hora de correr riscos, ousar!)
SOU UMA FILHA DA...
Centelha
Da arte morta
Das guerreiras
Da anarquia
Das farpas e do doce de goiabeira.
Do vazio
Da correria
Da rotina que me escraviza
Nesse dia-a-dia.
Das bandeiras queimadas
Das fronteiras derrubadas
Do mate um deus por dia
Das flores que brotam no asfalto
Dos amores que escorrem pelos poros
Da fumaça nas noites de sexta
Sou uma filha da...
Putoesia.
(Anticoágulos – Certas plantas têm a propriedade de incentivar o sistema que dissolve os coágulos do sangue e inibir os fibrinogênios, substâncias que formam s coágulos. Onde encontrar: cebola, alho, suco de uva(escura), algas marinhas, wakame, gengibre, cominho, cogumelo (shiitake e outros), melão, melancia.)

18.2.08

Carta a vocês

BOCA
Oca
Onde a ocasião
Faz
O
Grito
( Nariz - Alguns ematomas mais dente quebrado. Costela. Só porque estava andando a noite indo para casa. Não tenho posses. Se tivesse um carro será que eles me tratariam assim1?)
NARIZ
Na
Ausência
Dos olhos
Eu
Vejo
(Boca - “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.)
TATO
Escutei
Flores
Sobre
O túmulo
Dos ricos
(Visão - “A pessoa de nacionalidade distinta y de sentimentos y aspirações iguais são como bosques de árvores gigantescas: tem separados os troncos, mas se fundem suas raízes y entrelaçam-se suas copas, galhos, se juntam no mas profundo y no mas elevado”)
OUVIDO
Vi
Que
A sinfonia
De Ravachol
Me
Excitava.
Gozei
(Tato - “A civilização vem para infundir ou deformar a racionalidade em padrões da lógica do controle.” – Horkheimer e Adorno)
A brisa
Pela avenida movimentada
Não respeitou o sinal vermelho.
(Naua – Boicote à Pepsi. Patrocina as touradas no México. Milhares de animais estão sendo torturados e mortos todos os dias num evento medíocre e cruel. Até quando o sangue de animais inocentes vai ser derramado por dinheiro?)
VISÃO
Senti
O afago
Das labaredas
Queimando
Multinacionais
(Boca - Quando será que o ser humano vai parar de olhar para o próprio umbigo? Descer dessa arrogância e prepotência? Perceber que não é só ele que faz parte deste planeta? Quando vai aprender que natureza não tem nada a ver com critérios econômicos, lucros, cifrões?)
MONÓLOGO DA PRISÃO
Serrar a grade
Ou cerrar os dentes
(Anigav – Vocês sabiam que quando o arroz está com cheiro de queimado é só tu cortar um pedaço de cebola e colocar no meio do arroz que ela absorve o cheiro)
Na noite
O passado presente
Esculpiu-me futuro
(Nauá- O dia. Esculpiu-me futuro. Presente passado)