23.11.07

penetre-me

MONÓLOGO DO DINHEIRO
Ter e descobrir que o ser se mede em comprimento de seu status.
Ser e descobrir que o ter não se mede em cumprimento de seu fato.
Eis a questão
(Couve-flor ao forno – Limpe bem uma couve-flor, sangue, pincele ligeiramente óleo de oliva, salpique alho, envolva em papel-alumínio e leve ao forno por uns 30 minutos.)
MONÓLOGO DA APARÊNCIA
A mascara caiu
E o abutre descobriu
Que não era o tiziu
(Vitamina C – Potente agente contra todos os tipos de câncer. Em laboratório, inibe o crescimento do vírus da Aids. A vitamina C protege contra o vírus e contra a oxidação do colesterol LDL. É um dos mais eficientes bloqueadores dos radicais livres. Onde encontrar: Brócolis, couve-flor, repolho, couve-de-bruxelas, couve, pimentão verde e vermelho, frutas cítricas, caju, acerola, goiaba.)
MONÓLOGO DA LEI DO MAIS FORTE
O grande crocodilo indiano
Dorme silenciosamente, com a boca aberta.
O pequeno pássaro silenciosamente, se alimenta...
Dos alimentos
Por entre os vão dos dentes.
(Vitamina E – Poderoso antioxidante protetor das artérias e sua presença interrompe as destruições provocadas pelos radicais livres. Onde encontrar: Amêndoas, soja, sementes de girassol, gergelim, castanha-do-pará, óleo de oliva, gérmen dos cereais integrais.)
MONÓLOGO DA PERFEIÇÃO
A manga desgarra-se do pé
E vem caindo por entre as folhas que amortece sua queda.
Lá embaixo, a pequena formiga...
Espera
Para dividir com as abelhas
O néctar da perfeição
A solidariedade
(Artaud – Pai, pátria e patrão, esta a trilogia que serve de base à velha sociedade patriarcal e, hoje em dia, à patifaria fascista).
MONÓLOGO DA LEI DO FRUTO PROIBIDO
A maça cumpre pena na penitenciária
Por ser apenas maça
Num mundo de quiabos
(Adansônia Digitala - A ignorância prevaleceu e prevalece Porque não queremos descobrir a verdade.)
MONÓLOGO DO PROGRESSO
Pro...
Pra quem?
(Atromtra - anti-civilização. Não quero maldito progresso)
MONÓLOGO DOS SEJAMOS OS PRIMEIROS
Mudar
Mudança
Muda
A semente que germina
Se você quer mudança
Seja a semente
(SandraAle - O POETA não tem que sustentar em outrem uma ilusória esperança humana ou celeste, nem desarmar os espíritos insuflando-lhes uma confiança sem limite num pai ou num chefe contra quem toda crítica se torna sacrílega. Muito pelo contrário, cabe a el@ pronunciar as palavras sempre sacrílegas e as blasfêmias permanentes. – Benjamin Péret)
MONÓLOGO DO EUFEMISMO
No baile de mascaras
As caras
São más
(Parietaria Officinalis - Os malditos cairão, um por um, estejam no alto do poder privado ou estatal! Nada nem ninguém deterão a força da Natureza!)
MONÓLOGO DA ÁRVORE
Numa pequena floresta
O humano lhe presenteia
Com o toque brutal da motoserra
(João-de-barro – mudou-se para o apartamento da Vieira Solto)

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